sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Distância





Assim como uma estrada, a vida que vivemos também apresenta curvas, atalhos, pontes, partes difíceis de atravessar, partes serenas e prazerosas... Também existem em nosso caminho o que poderíamos comparar aos postos de atendimento: pessoas que nos ajudam nos momentos de dificuldades nessa estrada. Pessoas que abastecem nosso coração com a força que nos empurra para a frente, pessoas que estabelecem conosco a troca que nos equilibra...
Cada vez que precisamos dar uma paradinha, percebemos que já caminhamos muito. Que pessoas importantes (aquelas que cativaram verdadeiramente nosso coração) ficaram lá para trás. Algumas estão geograficamente tão distantes, que não vislumbramos a menor possibilidade em revê-las. Pessoas que passaram por essa nossa estrada e deixaram um pouco do que elas são, nos transformando... e levaram um pouco do que nós somos, sendo transformadas também... Pessoas que, num breve fechar de olhos, podemos enxergar o brilho autêntico de seus próprios olhos.
Notamos também, que nos distanciamos muito de lugares que marcaram bons momentos de nossa caminhada pela vida. Lugares que ficaram com o som, com a luz, com o calor, com o cheiro e com a fantasia de um passado eternamente vivo em nossas lembranças...
Nesse momento respiramos profundamente e olhamos para a frente: a estrada continua. Muito temos ainda a caminhar. Muito temos a desfrutar da beleza que é viver! Muito temos a saborear das delícias em ousar e conhecer.
Olhamos para os lados: não estamos sozinhos! Muitas pessoas também especiais estendem suas mãos para que caminhemos juntos até o momento de um cruzamento que as leve em outra direção que as estradas da vida costumam levar. Aceitemos os desafios! Vamos juntos até onde a vida nos levar. Afinal, esse pode ser um rico momento guardado em nossas lembranças ,quando estivermos muito distantes, na próxima parada!
Nossa prática durante essa semana será observarmos atentamente quem está ao nosso lado nessa estrada pela vida.
Tornarmos a distância entre nós cada vez mais curta.
Nos aproximarmos realmente.
Participarmos... Compartilharmos...
Já estendemos nossas mãos?
Então, o que estamos esperando?

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Para o Melhor Amigo, o Melhor Pedaço






Serapião era um velho mendigo que perambulava pelas ruas da cidade.
Ao seu lado, o fiel escudeiro, um vira lata branco e preto que atendia pelo nome de malhado. Serapião não pedia dinheiro.
Aceitava sempre um pão, uma banana, um pedaço de bolo ou outro alimento qualquer.
Quando suas roupas estavam imprestáveis, logo era socorrido por alguma alma caridosa. Mudava a apresentação e era alvo de brincadeiras.
O mendigo era conhecido como um homem bom que perdera a razão, a família, os amigos e até a identidade.
Não tomava bebida alcoólica e estava sempre tranqüilo, mesmo quando não recebia nada de comida.
Dizia sempre que Deus lhe daria um pouco na hora certa e, sempre na hora que precisava alguém lhe estendia uma porção de alimentos.
Serapião agradecia com reverência e rogava a Deus pela pessoa que o ajudava.
Tudo que ganhava, dava primeiro para o malhado, que, paciente, comia e ficava esperando por mais um pouco. Não tinham onde passar as noites; onde anoiteciam, lá dormiam.
Quando chovia, procuravam abrigo embaixo da ponte do ribeirão.
Ali o mendigo ficava a meditar, com um olhar perdido no horizonte.
Aquela figura era intrigante, pois levava uma vida vegetativa, sem progresso, sem esperança e sem um futuro promissor.
Certo dia, um homem, com a desculpa de lhe oferecer umas bananas, foi bater um papo com o velho mendigo.
Iniciou a conversa falando do malhado, perguntou pela idade dele, mas Serapião não sabia. Dizia não ter idéia, pois se encontraram num certo dia, quando ambos perambulavam pelas ruas. Nossa amizade começou com um pedaço de pão - disse o mendigo.
Ele parecia estar faminto e eu lhe ofereci um pouco do meu almoço e ele agradeceu, abanando o rabo, e daí, não me largou mais.
Ele me ajuda muito e eu retribuo essa ajuda sempre que posso.
Como vocês se ajudam? Perguntou.
Ele me vigia quando estou dormindo; ninguém pode chegar perto que ele late e ataca.
Também quando ele dorme, eu fico vigiando para que outro cachorro não o incomode. Continuando a conversa, o homem lhe fez uma nova pergunta: Serapião, você tem algum desejo de vida? Sim, respondeu ele tenho vontade de comer um cachorro quente, daqueles que tem na lanchonete da esquina. Só isso? Indagou.
É, no momento é só isso que eu desejo.
Pois bem, disse-lhe o homem, vou satisfazer agora esse grande desejo.
Saiu e comprou um cachorro quente e o entregou ao velho.
Ele arregalou os olhos, deu um sorriso, agradeceu a dádiva e em seguida tirou a salsicha, deu para o malhado, e comeu o pão com os temperos.
O homem não entendeu aquele gesto, pois imaginava que a salsicha era o melhor pedaço. Por que você deu para o malhado, logo a salsicha? Interrogou, intrigado.
Ele, com a boca cheia, respondeu: "para o melhor amigo, o melhor pedaço."
E continuou comendo, alegre e satisfeito.
O homem se despediu de Serapião, passou a mão na cabeça do cão e saiu pensando com seus botões: aprendi alguma coisa hoje.
Como é bom ter amigos.
Pessoas em que possamos confiar.
Por outro lado, é bom ser amigo de alguém e ter a satisfação de ser reconhecido como tal. Jamais esquecerei a sabedoria daquele mendigo.
E você, que parte tem reservado para os seus amigos?
de autoria de Inocêncio Viégas

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Há Coisas Bonitas na Vida



Bonitas são as coisas vindas do interior,as palavras simples, sinceras e significativas.Bonito é o sorriso que vem de dentro,o brilho dos olhos...Bonito é o dia de sol depois da noite chuvosaou as noites enluaradas de verão em que todos saem de casa.Bonito é procurar estrelas no céue dar de presente ao amigo, amiga, namorado...Bonito é achar a poesia do vento, das flores e das crianças.Bonito é chorar quando se sentir vontadee deixar que as lágrimas rolem sem vergonha ou medo de crítica.Bonito é gostar da vida e viver do sonho.Bonito é ser realista sem ser cruel,é acreditar na beleza de todas as coisas.Bonito é a gente continuar sendo gente em quaisquer situações.Bonito é você ser você.
Letícia Thompson

sábado, 18 de agosto de 2007

O Valor das Pequenas Coisas



Aprenda a escutar a voz das coisas,dos fatos, e verás como tudo fala,como tudo se comunica contigo.Em cada indelicadeza,assassino um pouco aqueles que me amam.Em cada desatenção,não sou nem educado e nem cristão.Em cada olhar de desprezo,alguém termina magoado.Em cada gesto de impaciência,dou uma bofetada invisível nos que convivem comigo.Em cada perdão que eu negue,vai um pedaço do meu egoísmo.Em cada ressentimento,revelo meu amor-próprio ferido.Em cada palavra áspera que digo,perdi alguns pontos no céu.Em cada omissão que pratico,rasgo uma folha do evangelho.Em cada esmola que eu nego,um pobre se afasta mais triste.Em cada oração que não faço, eu peco.Em cada juízo maldoso,meu lado mesquinho se aflora.Em cada fofoca que faço,peco contra o silêncio.Em cada pranto que enxugo,torno alguém mais feliz!Em cada ato de fé,eu canto um hino à vida.Em cada sorriso que espalho,planto alguma esperança.Em cada espinho, que finco,machuco algum coração.Em cada espinho que arranco,alguém beijará minha mão.Em cada rosa que oferto,os anjos dizem: Amém!Somos todos, anjos com uma asa só.E só podemos voar quando "abraçados uns aos outros".Roque Schineider

A Importância de Ser Você Mesmo!


Certo dia, um Samurai, que era um guerreiro muito orgulhoso,veio ver um Mestre Zen.Embora fosse muito famoso, ao olhar o Mestre,sua beleza e o encanto daquele momento,o samurai sentiu-se repentinamente inferior.Ele então disse ao Mestre:- "Por quê estou me sentindo inferior?Apenas um momento atrás, tudo estava bem.Quando aqui entrei, subitamente me senti inferiore jamais me sentira assim antes.Encarei a morte muitas vezes,mas nunca experimentei medo algum.Por quê estou me sentindo assustado agora?"O Mestre falou:- "Espere. Quando todos tiverem partido, responderei."Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o Mestre,e o samurai estava ficando mais e mais cansado de esperar.Ao anoitecer, quando o quarto estava vazio,o samurai perguntou novamente:- "Agora você pode me responder por que me sinto inferior?"O Mestre o levou para fora. Era um noite de lua cheiae a lua estava justamente surgindo no horizonte.Ele disse:- "Olhe para estas duas árvores, a árvore altae a árvore pequena ao seu lado.Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anose nunca houve problema algum.A árvore menor jamais disse à maior"Por quê me sinto inferior diante de você?Esta árvore é pequena e aquela é grande - este é o fato,e nunca ouvi sussurro algum sobre isso."O samurai então argumentou:- "Isto se dá porque elas não podem se comparar."E o Mestre replicou:Então não precisa me perguntar. Você sabe a resposta.Quando você não compara, toda a inferioridadee superioridade desaparecem.Você é o que é e simplesmente existe. Um pequeno arbustoou uma grande e alta árvore, não importa, você é você mesmo.Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas.O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Buda,pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer.Simplesmente olhe à sua volta.Tudo é necessário e tudo se encaixa.É uma unidade orgânica, ninguém é mais alto ou mais baixo,ninguém é superior ou inferior.Cada um é incomparavelmente único.Você é necessário e basta.Na Natureza, tamanho não é diferença.Tudo é expressão igual de vida.